A Vida Não é Referendável
O Bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, que também é presidente da Comissão Episcopal da Família, disse recentemente que a Igreja vai reagir com determinação, face à notícia de que o partido socialista vai entregar uma proposta para a realização de um novo referendo sobre a despenalização do aborto. Considera o aborto uma questão «fracturante» e argumenta que a vida não é referendável.
Para tal o Bispo de Lamego convida os católicos a agirem com serenidade, mas faz uma advertência: "a serenidade não é cruzarmos os braços, é assumirmos posições e sabermos ocupá-las na altura que nos é pedida colaboração".
Este comentário e apelo subsequente aos cristãos é muito oportuno, para que não fiquem impávidos e serenos a aguardar que o Espírito Santo faça tudo, ou seja, inclusive que vá às urnas votar no NÃO, num eventual referendo sobre o aborto.
Há que reagir com coragem e convicção durante a campanha, que se espera muito dura. O primeiro ministro José Sócrates garantiu que vai participar na campanha pela despenalização do aborto, ao contrário do que aconteceu com o ex-primeiro-ministro socialista António Guterres, em 1998. "Vou participar. Sempre me bati por uma mudança da lei", afirmou o primeiro-ministro no parlamento em resposta a uma questão do Bloco de Esquerda, lembrando, contudo, que a interrupção voluntária da gravidez é uma "matéria de consciência" em relação à qual haverá liberdade de voto entre os socialistas.
O aborto está longe de ser apenas uma matéria de consciência. É uma obrigação dos cristãos deste país, a esmagadora maioria, repudiar e lutar pela vida, participando activamente no esclarecimento e na campanha a favor da vida e contra o aborto. Cristo disse claramente ”dou-vos a vida e em abundância”. Têm os cristãos é que seguir a Sua palavra. Nenhum de nós tem o direito de tirar a vida de outro ser humano, ainda que nascituro. É um semelhante a nós, que está no ventre da mãe, ansioso por ter vida exterior.
A pergunta pertinente e falaciosa que o partido do governo se prepara para propor a referendo é a seguinte: «Concorda que deixe de constituir crime o aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez, com o consentimento da mulher, em estabelecimento legal de saúde?» A acompanhar a proposta de referendo, os socialistas entregaram um diploma que propõe despenalizar o aborto também nas primeiras dez semanas de gravidez «a pedido da mulher e após uma consulta num Centro de Acolhimento Familiar».
O diploma pretende ainda alargar o prazo para a realização do aborto das 12 para as 16 semanas em caso de perigo para a saúde física ou psíquica da mulher, onde se incluem agora também razões de natureza económica ou social, que actualmente não são referidas na legislação.
Significa isto que o aborto vai ser liberalizado até às 16 semanas porque quem quiser vai sempre encontrar razões económicas ou sociais. E com a improvisação e criatividade dos portugueses o infanticídio pode surgir em força.
Indubitavelmente que o aborto é um homicídio de um ser indefeso que também tem direito à vida. Não é uma questão ética ou religiosa é uma questão que a razão reconhece. O nascituro é um ser humano, com uma semana, duas, três, quatro, dez, doze ou dezasseis.
Nada como apresentar um testemunho dramático de um médico judeu, o Dr. Nathanson, que realizou 75.000 abortos: «nasci na fé judia e de tradição hebraica. Por uma série de circunstâncias, que não mencionarei, perdi a fé completamente em minha infância e adolescência, a ponto de chegar a ser chamado de judeu ateu. Então, sem moral centrada em Deus e, impulsionado por firme dedicação a uma situação relativista e também uma moral relativista ou de situação, coloquei-me, imediatamente, ao serviço do pior e mais completo dos males: o ataque à vida. Fui um dos organizadores do NARAL (National Abortion and Reproductive Rights Action League), nos Estados Unidos, que era um grupo cabalístico poderoso para lutar contra todas as leis que se opunham ao aborto. Percorri os Estados Unidos inteiro e estive em outros países, nesta cruzada a favor do aborto. Simultaneamente, fui Director da maior Clínica de Abortos do mundo ocidental e durante dois anos fui totalmente responsável por 75.000 abortos»
E continua o Dr. Nathanson: «com o passar do tempo, na década de 70, todas as razões sociais e médicas para o aborto, não as aceitava mais. Actualmente, creio que não há razões sociais, económicas, médicas, psicológicas para o aborto; não há razão alguma»
Passados estes anos de homicídios em catadupa o Dr. Nathanson passou a ser um activista da vida, contra a cultura da morte. E hoje está na linha da frente da luta pela vida.
E para evidenciar ainda mais esta aberração ética e científica e incongruência cristã do aborto, apresentamos uma foto de um feto com 10 semanas encontrado numa lixeira nos Estados Unidos. De facto uma imagem vale mil palavras. Nada mais!
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