segunda-feira, junho 06, 2005

O Padre Lereno e a Política da Família e da Vida

O Padre Lereno e a Política da Família e da VidaAs declarações do Padre Lereno Dias, da paróquia de S. João de Brito em Lisboa, na homilia da eucaristia do domingo 6 de Fevereiro “chocaram” a classe política, que reagiu de imediato.
O Padre Lorena, com coragem e lucidez, exortou os fiéis a rejeitarem, com o arma que têm agora ao seu dispor, o voto, os programas eleitorais “indignos” da ética cristã. Referia-se àqueles programas políticos que defendem o aborto, ou a eutanásia, ou a clonagem humana, ou o casamento de homossexuais e a adopção de crianças, ou a equiparação de uniões de facto à família.
São aqueles programas políticos que, ao invés de defenderem e promoverem a vida e a família, promovem uma cultura da morte, sob a forma da permissão do aborto e da eutanásia ou uma cultura libertina de promiscuidade sexual.
De facto após o debate da televisão entre os lideres dos principais partidos políticos, do espectro do poder, ficamos a saber que José Sócrates é a favor da realização de um referendo sobre a lei do aborto. Acha que só assim se combate o aborto clandestino e que é inadmissível num país civilizado a perseguição de mulheres que abortem.
Quanto ao casamento de homossexuais e adopção de crianças diz que não há ainda maturação social suficiente para discussão e decisão sobre estes temas. É apenas uma questão de tempo.
Santana Lopes admite a necessidade do aprofundamento da união de factos do mesmo sexo ou de sexos diferentes e admite a eutanásia em certas situações. E abre a porta a um referendo sobre o aborto para alteração da lei actual.
Ambos os lideres dos principais partidos abrem o caminho em direcção à liberalização da lei do aborto e respectiva despenalização dos agentes envolvidos, e à eutanásia. Dão assim mais um passo em direcção à cultura da morte.
É altura dos cristão deste país mostrarem um cartão vermelho a estes políticos. Se não, corremos o risco de sermos finalmente “evoluídos” na cultura da morte, como agora na vizinha Espanha, ou na Holanda ou mesmo no Reino Unido.
Geraldo Agnelo, arcebispo de Salvador e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) numa artigo publicado recentemente diz que ”um embrião não é um grumo de células, mas um indivíduo da espécie humana, e não é necessário partilhar uma visão cristã para compreender isto. Não se trata de uma verdade de fé, e sim de uma verdade que a razão é capaz de reconhecer”.
Depois explica que ”o embrião, apesar de seu pequeno tamanho, contém a informação genética (genoma) que presidirá ao seu desenvolvimento, até o nascimento e até a idade adulta. Não é vegetal, é animal. Tem a estrutura genética de um vertebrado, mamífero, humano. Desenvolveu-se humanamente, tanto é verdade, que pode ser submetido a tratamento terapêutico, para garantir o seu desenvolvimento”.
E depois conclui o arcebispo Agnelo “Existindo uma sequência do DNA típica e exclusivamente humana, cada ser que a possui pertence à humanidade e é um ser humano.
Portanto quer Santana quer Sócrates, ao pretenderem referendar a lei do aborto, dão oportunidade, mais uma vez, a que a cultura da morte se fortaleça neste jardim à beira mar plantado. Porque o aborto é a morte de um ser humano. E a eutanásia é o retirar a vida a um ser humano.
E esta cultura da morte traz os seus frutos: a violência, a brutalidade, e a prevalência do critério da utilidade sobre a dignidade sagrada e inviolável da pessoa. Por isso, os cristão, que são a esmagadora maioria dos eleitores de Portugal, já que não conseguem influenciar e modelar os partidos por dentro, em relação a questões da vida e da família, devem fazer por fora, usando o seu voto nas urnas e penalizando os partidos que apostam mais na cultura da morte do que na promoção e defesa da vida.
Faltam de facto mais padres Lorenas! O país bem precisa de verdade, de posições claras e inequívocas, de convicções e acima de tudo de coragem. E os cristão têm de se assumir e aparecer, nesta sociedade niilista, materialista e egoísta. Só assim serão verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, que operou a maior ruptura social e religiosa da humanidade.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Apraz-me saber que umas curtas palavras do padre lereno deram tanto que falar!é bastante curioso!o certo é que ele é bem querido na sua paróquia! e bem haja!

9:54 da tarde  

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