quarta-feira, dezembro 07, 2005

Droga nas Escolas

Já o estudo do Instituto da Droga e Toxicodependência havia indicado um problema grave de drogas nas escolas dos Açores. O trabalho constou do Inquérito Nacional em Meio Escolar, realizado junto de 25.000 jovens do 3º. ciclo do ensino básico, em todo o país, com recolhas em Novembro de 2001.
Neste estudo a Região Autónoma dos Açores apresentava dos piores resultados do país. De facto um em cada 5 jovens, de idade entre 14 e 16 anos, tinha tido já experiências de consumo de drogas. Isto é 19% dos jovens inquiridos. A média nacional rondava os 14%. A Madeira tinha uma taxa de 12%. Os Açores, segundo este estudo, estavam já no topo nacional no consumo de drogas em ambiente escolar.
O cenário verificado há 4 anos já era muito preocupante. Há indicações de que a situação agrava-se drasticamente.
Há dias um matutino micaelense contactou com o presidente do conselho directivo da escola Antero Quental que confirmou que se trafica droga nos espaços circundantes da escola, de forma descarada. Os pais e encarregados de educação estão preocupados e angustiados com esta situação. O presidente em causa bateu a várias portas sem qualquer sucesso. E considera-se impotente para resolver este grave problema.
Infelizmente o que se passa na Antero de Quental, também se verifica nas escolas das Laranjeiras, Domingos Rebelo, Canto da Maia, em Ponta Delgada, e nas escolas da Ribeira Grande e de Lagoa. A situação é grave com tendência para piorar com os traficantes a ganharem a batalha, investindo forte nos alunos adolescentes, potenciais consumidores no futuro.
Alunos de 12 e 13 anos já são consumidores de drogas ditas “leves”. E encontram-se na rampa de lançamento para as outras drogas: ecstasy, cocaína e heroína.
Esta é uma situação confrangedora, confirmada amiúde à boca pequena, por professores, auxiliares e alunos, que se sentem impotentes para debelar este problema das drogas nas escolas.
Por outro lado quer o governo regional, quer as autarquias e os serviços da república, permanecem apáticos, perante o aumento avassalador da droga junto dos jovens.
O governo regional “sacode” para os serviços da república, preocupado que está com as suas obras faraónicas de betão.
As autarquias “sacodem” para o governo regional ou para a PSP, preocupadas que estão com a sua política musical e circense. E assim em vez de termos políticos responsáveis, humanizados, solidários e corajosos, começamos a ter mestres de obras sumptuosas e mestres de cerimónia de espectáculos piro-musicais. É triste admitir isto!
Entretanto os pais e encarregados de educação permanecem aflitos e angustiados desejando que este tormento da droga nunca bata às suas portas. Mas infelizmente nenhuma família está segura.
É inadmissível o comportamento do governo e das autarquias em relação a esta matéria. O governo tem apenas uma verba de 850.000€ no Plano de 2006 para combater as toxicodependências. Por comparação tem uma verba de 1,4 milhões para prémios de classificação e subida de divisão de equipas desportivas. Incongruência e falsa noção das prioridades. Por outro lado apenas a Ribeira Grande anunciou já um plano de prevenção das toxicodependências.
Como o Estado, na Região, não reage adequadamente, cabe à sociedade civil organizar-se, com vista a libertar os jovens desta chaga social. Há que denunciar corajosamente este problema. Nos meios de Comunicação Social, de forma a provocar reacções dos nossos governantes. Os cidadãos têm de dar as mãos, denunciar, pressionar e cooperar, para o bem desta terra, e dos jovens que são o seu principal recurso. Para que a droga nas escolas desapareça, como ameaça poderosa e grave.

1 Comments:

Blogger JNAS said...

...Boa ideia esta de fazer de um blog uma pasta de arquivo de imprensa...A despropósito não vai ao Congresso do PSD como Delegado ???

9:57 da manhã  

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